sábado, 23 de novembro de 2019
CRÔNICA 2. – A TEMPESTADE, MAS... OBRIGADO HOMEM!
Um
dia daqueles.
A simples respiração, mau humor.
Foi
a educação recebida dos meus pais que impediram que o pedestre que se
atravessou na minha frente levasse uma bordoada; em português bem claro:
levasse uma porrada!
Complementando
o contexto, eu estava indo ao mercado.
O
dia, até que era bonito, mas o calor na face não estava ajudando arrefecer o
peso dos pensamentos.
Compras feitas.
Na
ida ao mercado vi sentada na calçada uma mãe e dois filhos pequenos; para eles comprei
alguns produtos, e entreguei a sacola para a mãe.
No
momento passou um casal que me dirigiu o comentário:
-
Não é bom dar esmolas!
Não
tive nenhuma dúvida que eles interpretaram com exatidão, a resposta que a minha
expressão lhes devolveu.
O
meu raciocínio é simples. Sigo a consciência.
Continuei no rumo do meu
nublado destino, e já um pouco distante da mulher e dos filhos, ouvi o grito de
uma das crianças:
- “Obrigado homem”!
Olhei
para trás e vi a menina me olhando com um sorriso, segurando o pacote da bolacha
e o suco.
A nuvem, que até aquele
momento cobria os pensamentos como prenúncio de tempestade, ficou menos espessa.
E
o caminho da volta, menos tenso.
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